Ferréz dá voz à periferia em Capão pecado

O amor proibido de Rael por Paula serve como pano de fundo para Capão Pecado, livro de Ferréz, que ganha nova edição pela Editora Planeta. Nos últimos anos, a produção literária das periferias de São Paulo ganhou notoriedade e espaços importantes na mídia tradicional. Um dos responsáveis por esse movimento é o aclamado paulistano Ferréz. Suas histórias ambientadas no Capão Redondo, bairro da Zona Sul da capital paulista, já ganharam tradução para o inglês, italiano, alemão e espanhol. O romance de estreia do rapper da literatura foi Capão pecado (Planeta, 192 pp, R$ 24,90), esgotado há muitos anos, mas que acaba de ganhar nova edição pela Editora Planeta. A realidade muitas vezes cruel do Capão Redondo serve de cenário para o amor impossível de

Os movimentos são da base: Passe livre integraliza seu movimento junto às reivindicações do poder popular

Por Denise Bergamo da Rosa Foto: Ninja “Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não mexe como formigueiro”. Capão Redondo 25/06/2013 Há muitos dedos quando se fala em Capão Redondo, Campo Limpo, Guaianazes, Ângela... Nem todos os movimentos entram, a mídia tem um interesse “especial” por essas demandas sociais. Percebe-se que há, muito ao contrário do que se fala, dentro destes bairros/distritos, uma organização impressionante e de caráter político fortíssimo. São bem assessorados, e que ninguém aqui é bobo não, muitos advogados fazem carreira assistindo os movimentos de periferia, seja lá via defensoria pública ou o tal do humanitarismo. Nota-se também que os movimentos estudantis de ensino superior público, ora veja que engraçado, estão sempre procurando estar junto a esses movimentos, somando as

Capão Redondo – 100 anos

  Por Denise Bergamo Foto Rogério Gonzaga No dia 29 de Abril de 2012, comemora-se o centenário do bairro Capão Redondo. O bairro ficou notoriamente em destaque pela estatística expressiva de seus homicídios. Chegou a estar no Guinnes Book, junto ao bairro do Jardim Ângela como os bairros mais perigosos do mundo. Não é uma boa referência, em todos os sentidos, mas para quem habita o bairro sabe que o Capão na década de 70,80 e inicio da década de noventa, as milícias policiais, junto com demais grupos, justiceiros e traficantes tornavam Capão em uma grande cova. Isso tudo foi sendo modificado pela cultura local, houve um grupo de RAP que retratou com fidedignidade os dramas vividos pelos habitantes, até então desconhecidos por muitos (pouco afortunados). Houve

MINHA COMUNIDADE – Chácara Santa Maria

Denise Bergamo mostra sua comunidade O histórico do bairro que até cinco anos atrás não constava nos mapas de guia de rua é similar como outros de periferia. A começar pela distribuição irregular dos lotes. O bairro fica em uma área acidentada geologicamente, áreas de encostas que em temporadas de fortes chuvas sempre há uma casa a desmoronar. Toda a área é cerceada por um córrego, ele nasce aqui na chácara, corta diversos bairros do distrito de Capão Redondo e se estende até a marginal do Rio Pinheiros. Ainda há chácaras e sítios no bairro, os primeiros habitantes daqui são japoneses que vivem do agronegócio, a Chácara Santa Maria faz parte da divisa de Itapecerica da Serra com São Paulo, onde na entrada da