Meu último texto sobre Racismo

Por Flavio Antiéticos Racismo não é apenas uma ofensa verbal como diria alguns ou uma "justificativa" pra se pagar o salário menor como grosseiramente diriam outros. Racismo é o conjunto de práticas ostensivas que visam extirpar a população negra do ambiente/território. Eliminar. passa pela ofensa verbal mas não se resume nela porque o racismo é uma prática simbólica, cultural, política e econômica. A utilização desses recursos, excluir a população negra, imobilidade social, descaso, incursões policiais, hospitais e escolas precarizados, ofensas verbais, olhares desrespeitosos, tratamento agressivo tem por finalidade nos subalternizar e inibir nossa potência pra que o falecimento coletivo permaneça em curso. Por isso, antes de tudo é vital o resgate da nossa identidade porque permite saber quem somos e não cairmos em

Recorte Social como instrumento de segmentação

Por Cléo Silveira Acredito eu, que diferente do que é passado por muitos militantes, que o racismo é toda e qualquer forma de opressão, seja ela de etnia, classe, gênero e etc.. Todas as outras opressões estruturam essa opressão maior, que é o racismo e uma vez que opressão qualquer que seja é o mesmo que bullying, o racismo (como ação individual) é nada mais, nada menos que bullying. Pessoas brancas, sofrem sim, bullying, portanto sofrem racismo.. Obviamente, não como os negros, obviamente existe um recorte, recorte tal, que eu vejo como algo que se usado de forma maliciosa, fomenta muito mais as opressões, pois, ao mesmo tempo que se observa uma disparidade de poder, social, politico e econômico entre negros e

Relacionamentos Inter-raciais e a unidade do Movimento Negro no Brasil

Por Cléo Silveira Há diversas informações sobre Relacionamentos Inter-raciais e sobre uma possível falta de unidade do Movimento Negro no Brasil, achei interessante correlacionar esses fatos e elaborar um artigo científico, porém antes, escrever um artigo de opinião pra demonstrar o porquê da correlação e da escolha dos temas, qual é a importância de se relacionar a questão da afetividade negra com uma possível segmentação do movimento negro no Brasil? Vivemos em tempos onde a democracia virou palco de radicalismos, o radicalismo é importante e valido desde que não se confunda com estupidez, ou fanatismo, pois o colapso da democracia esta intrinsecamente relacionado com a legitimação dos discursos de ódio, com a legitimação do racismo, com a legitimação da homofobia, afinal, todos

Existe Machismo no RAP?

Por Issa Paz Essa é uma questão que vira e mexe eu me deparo na vida. É uma questão que eu estou acostumada a responder porque sempre tem uma indagação dessas vinda de um homem. Isso sempre gera um debate, sempre gera um debate aonde dizem que as mulheres no RAP nacional são segregacionistas e vitimistas. Hoje eu vi essa pergunta como uma enquete e tive que me manisfestar diante de opiniões vindas de homens, e mulheres que não cantam RAP, portanto não vivem isso. Então vamos "deixar" a mulher que canta RAP e sente isso na pele responder: QUEM ME DERA, se o machismo no RAP fosse apenas na requisição de espaços. QUEM ME DERA, se o machismo no rap fosse

Um ano da chacina na Maré!

Por Gizele Martins Já era fim de tarde quando moradores e moradoras tomaram algumas ruas, ocuparam o asfalto e foram cobrar, gritar por direitos, tais direitos que nunca tiveram. Mas, como sempre acontece, estes moradores foram silenciados, calados, jogados para dentro da favela a base de muito tiro, tiro este que não era de borracha, era de fuzil. Tais balas atravessaram o corpo de mais de 10 moradores e moradoras daquela favela por uma noite inteira. Foi noite de terror, foi noite de lágrimas de sangue, noite em que favelados e faveladas eram arrancados de suas casas e foram exterminados, executados, era a chacina da Maré. Amanheceu, e tudo estava fora da normalidade, só ouvíamos tiros, tudo fechado, tudo literalmente silenciado, fomos às

Da Copa aos Votos!

Por Gizele Martins [dropcap color="#660000" font="arial" fontsize="40"]H[/dropcap]á exatamente um ano estávamos pelas ruas do Rio de Janeiro gritando contra a opressão do Estado, contra o extermínio de pobre, contra as remoções e todos os outros problemas consequentes desta tal Copa do Mundo. Historicamente vivenciamos em nossas favelas a opressão deste Estado, de uma sociedade dividida entre ricos e pobres, e que para o seu sustento, necessita fazer de nós favelados - os culpados por apenas existirmos - somos meros trabalhadores do capital.  Hoje, o povo grita Gol, está na frente da TV de verde e amarelo assistindo a Copa das Copas. O nacionalismo e o futebol estão estampados no peito e com o grito na garganta preparado para a tão esperada hora