Gess Jockrs Mc: mais um talento feminino do rap angolano

Gess JockrsPor Khadhya Lubuato

Com apenas 17 anos, Gess, revela uma proximidade e um a vontade diante do microfone. Se para além de números a idade condicionasse exatamente o agir, Gess teria uma falsa idade. Ainda bem que as coisas não funcionam assim, a menina, ocupa-se em tentar entender as coisas que os adultos preferem evitar.

A dança foi a primeira “droga” que levou Gess a lidar com a droga pesada o rap, cedo, começou a escrever suas próprias letras e interpreta-as. Gess Jockrs, possui uma das qualidades que escapa a muitos Mc´s, a humildade, está ciente que ainda tem uma estrada longa para caminhar.

O grupo de trabalho do Polifonia Perférica foi ao encontro da Gess Jockrs Mc, que começa por perguntar o seguinte:

1- Como e quando é que tomou contacto com a cultura hip hop? 
Gess: Tomei contacto com a cultura hip hop em 2009 se bem me lembro com 13 anos de idade, eu gostava muito de dançar e assistia sempre coreografias de b-boys mas depois ouvi o rap, comecei a escrever mas guardava as letras, mas no ano passado aprofundei o gosto pelo rap e esse ano comecei a escrever novas letras e a cantar.

2- Enquanto MC qual é a sua maior preocupação ao compor? 
Gess: Para ser sincera, ainda não me considero uma MC porque ainda tenho muito a aprender, e a minha maior preocupação ao compor é a mensagem a passar e a boa percepção nas minhas músicas o bom do rap a maneira da Gess Jockrs.

3- Que importância o rap ocupa na sua vida? 
Gess: Na minha vida o rap ocupa uma parte indispensável, obvio que é importante para mim e a cada dia que passa transforma-se numa coisa mais importante por isso quando faço, faço com vontade e coração.

4- Que significado tem a cultura hip hop na sua vida? 
Gess: A cultura hip hop na minha vida significa FORÇA porque
é uma cultura que está interligada e nunca morre, e cada cultura que está integrada no movimento esforça-se para manter vivo o hip hop e para não morrer tem que existir força de vontade para existir, daí o significado FORÇA.

5- O que é que o hip hop mudou na compreensão da realidade?
Gess: O hip hop mudou muita coisa, porque é como tudo, sempre se tem uma ideia de como a coisa é, mas só depois de se conhecer é que se tem a certeza de tudo.

6- Como lidas com a questão do machismo?
Gess: O machismo não se faz sentir no meu ambiente de trabalho, porque eu trabalho mais com homens do que com mulheres ou mesmo trabalho só com homens e eles dão um real e grande apoio para que eu continue, prova disso é que na minha label sou a única menina.

7- Qual é o estado atual do rap feminino?
Gess: Actualmente eu posso dizer que o rap feminino está num estado normal, não tão em alta e nem tão em baixa aderência porque existem sempre pessoas que não levam a sério mais sei que como eu, existem muitas meninas a lutar para levantar o rap na parte feminina, tanto conhecidas, como as que estão no anonimato.

8- Qual é o futuro do rap feminino?
Gess: Não posso bem dizer qual será o futuro do rap feminino, mas espero que tenha um futuro de progressos, estou a torcer e a trabalhar para isso, e conto com a ajuda das minhas colegas no rap.

9- Quais são as razões da fraca aderência de mulheres na cultura hip hop? 
Gess: De certo não sei todas as razões, mas como mulher eu digo que não é fácil ocupar uma posição na cultura hip hop e em particular no rap porque, tem que se provar que se é boa naquilo q se faz, para ter o apoio das pessoas e destacar-se entre os homens acho que isso é primordial não se trata de ter dom mais sim de conseguir mostrar o que se sabe, pois nem todo mudo é assim e também existe aquela parte dos pais, alguns não deixam e dizem que é coisa para homens, algumas acabam por desistir ou mesmo nem começam, pois para mim  são essas algumas das razões da fraca aderência de mulheres na cultura hip hop.

10- É possível uma mulher mantida dedicar-se integralmente ao rap?
Gess: Isto depende muito de cada mulher, de como é o marido e das coisas de enfrenta ou tem que fazer em casa e na sua vida.
Acredito que se a mulher souber gerir as suas tarefas  em casa contando que pode ter filhos e se tiver  um marido que compreende isso, sim pode dedicar-se integralmente ao rap, caso contrário só pode dedicar-se ao rap quando pode, esta também é uma das razões pela qual muitas desistem.

11- Existe no rap feminino distinção entre rap underground e rap comercial? Caso exista como te caracterizas?
Gess: Embora existam pessoas de que tenham a ideia que rap é rap e também não existe rap feminino e nem masculino, eu digo que existe sim essa distinção no rap feminino. Eu me caracterizo no rap comercial.

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