Ocupação Ivo Telles – Diadema-SP: Resistir e Lutar até conquistar nossos Direitos!

Por Helena Silvestre

Na noite do dia 08 de junho, sob um céu de pouca lua e em meio a um frio intenso, em Diadema, reacendemos uma pequena chama, a chama da luta que, para alguns trabalhadores, ainda permanece adormecida.

Nesta cidade – que na década de 70 e 80 – era chamada de “cidade vermelha”, por conta das lutas, realizamos uma ação de ocupação urbana, reivindicando mais um de nossos direitos, letras mortas em nossa constituição.

Não eram muitas famílias, cerca de 180 foram as que deram início ao que poderia ter sido um novo bairro que faria coro e continuidade com as histórias de resistência da Vila Socialista, da Vila Operária, do Buraco do Gazuza; bairros que hoje existem em Diadema ao custo de enfrentamentos históricos e corajosos dos trabalhadores com um estado repressor e injusto.

Este mesmo estado, materializado na Prefeitura municipal através de sua Guarda, descumpriu procedimentos básicos dos direitos humanos até mesmo em situação de guerra entre nações: A guarda impediu a entrada de água e comida na ocupação durante quase todo o dia, tendo a proibição seu início após a saída do Sr. Milton Nakamura (secretário de habitação municipal) do local, por volta das 11 horas da manhã.

O dia todo, homens e mulheres, crianças e idosos, resistiram bravamente a esta e outras arbitrariedades evidenciando, com sua firmeza em continuar, o tamanho de suas necessidade e revolta. O choque da Guarda Civil já se posicionava estrategicamente diante de nossa indignação. Soubemos da ordem de despejo.

Depois de muita tensão, já com a noite avançada, despejados, deixamos a área sem confronto físico porque nossa condição – a abertura do diálogo com a Prefeitura Municipal de Diadema para solucionar os problemas a partira da reunião que ocorrerá segunda feira as 14 horas – é coerente com aquilo que buscamos: Conquistar nossos direitos.

No entanto, se nada for feito, se as negociações em nada derem, o povo está firme e o movimento em seu conjunto deixa claro:

Enquanto houver terra sem gente e gente sem terra, a luta vai continuar.

Luta Popular e CSP Conlutas – Ocupação Ivo Telles (em homenagem a mais um companheiro que tombou na luta, dessa vez durante o despejo da ocupação Pinheirinho)

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