As várias faces da periferia

Por Deinse Bergamo Sai do Capão Redondo ás 17:30h para chegar as 19:20h na Avenida Paulista, marco econômico do Estado e também, por que não, do país e quiçá América Latina. Trens e metros lotados, mas eu tinha uma missão: Cobrir “ao meu modo” o lançamento do livro de Ferrez. Cheguei e já fui reconhecendo alguns famosos rostos, os caras do Negredo, o pessoal do Sarau da Casa, o poeta Lobão, na saída: o Binho e o Luan Luando. Mas eu não pude deixar de reparar, não haveria como não deixar de reparar o outro público que não era das quebradas que sempre está por lá em seus cafés filosóficos. Pensei neste fenômeno, que até então eu só via através do futebol. Gente rica misturada

MINHA COMUNIDADE – Chácara Santa Maria

Denise Bergamo mostra sua comunidade O histórico do bairro que até cinco anos atrás não constava nos mapas de guia de rua é similar como outros de periferia. A começar pela distribuição irregular dos lotes. O bairro fica em uma área acidentada geologicamente, áreas de encostas que em temporadas de fortes chuvas sempre há uma casa a desmoronar. Toda a área é cerceada por um córrego, ele nasce aqui na chácara, corta diversos bairros do distrito de Capão Redondo e se estende até a marginal do Rio Pinheiros. Ainda há chácaras e sítios no bairro, os primeiros habitantes daqui são japoneses que vivem do agronegócio, a Chácara Santa Maria faz parte da divisa de Itapecerica da Serra com São Paulo, onde na entrada da

A crítica do NÃO – Por Denise Bergamo

A crítica literária hoje, discute o que é contemporâneo, discute a imanência da inércia da escrita “A literatura do não”. Parece não ver esta fenomenologia literária que lhes passa por entre olhos, atrasados como sempre, a América Latina (Brasil) acordará depois que a tartaruga cruzar a linha de chegada. A dita literatura marginal foi pela crítica discutida, mas na década de setenta, quando uma parte da elite, não disposta com o novo cânone ou a provável nova forma de canonização literária, marginalizou sua escrita, para dela fazer protesto em prol de uma literatura, menos aristocrática. Nesta literatura, o que era de fato marginal era sua distribuição e sua fuga do padrão, mas nada relativo a periferia, literalmente falando. Carolina Maria de Jesus