Rimador nato, integrante do grupo Firma Brasileira, Gil Metralha foi um dos maiores nomes do freestyle, o que lhe deu o título da Liga dos MCs em 2004. Sua morte abalou toda a geração de Mcs que teve o privilégio de vê-lo em ação. Nesta segunda-feira (26) outros MC’s da velha escola se reuniram para homenageá-lo.
Old Dirty Bacon, Sheep Rimador e Mattheus Gomes apresentaram “Gil Eterno“, uma canção com tom de nostalgia e pitadas de melancolia. A música viaja no tempo e recorda o rap descontraído, leve e livre do clima de competição que tomou conta do rap contemporâneo. “Gil Eterno” é a velha escola narrando os tempos do velho e bom rap, que deu origem a tudo que viemos hoje. Old Dirty Bacon, Sheep Rimador e Mattheus Gomes dão uma aula de técnica e talento.
Dirigido por Douglas Maskot, o lindo videoclipe foi ambientado no bairro da Lapa, berço dos MC’s da velha escola e palco das primeiras batalhas de rimas do Rio de Janeiro. O belo instrumental foi assinado por 2F U-Flow.
Old Dirty Bacon falou sobre sua relação com Gil Metralha e o processo de produção do som. Confira!
Pra mim, se o Rap carioca fosse o Flamengo o Gil seria o Zico, aquele craque que a gente nunca esquece… Na minha vida o Gil foi uma das pessoas mais queridas, foi um bom amigo…uma companhia agradável sabe… Lembro que agente tentou fazer uma turnê juntos mas por vários motivos não concluímos o projeto, lembro também quando ele me convidou pra reativar a Firma Brasileira, entrar pra o Grupo que era ele, o Sheep e o Coé, fizemos várias reuniões mas infelizmente também não conseguimos. Eu e Gil tivemos uma relação de amizade que envolvia identificação, admiração mútua. Em 2004 o Iky produziu uma Mix Tape chamada Iky’xtape que foi na época uma grande oportunidade pra vários MCs mostrarem seus sons. Quando o Iky me convidou imediatamente pedi a ele se poderia chamar o Gil pra fazer junto comigo o som, e então fizemos a Música HÃHÃHÃ (o nome do som e esse mesmo rs) que na época foi muito bem recebida pela galera e que canto em todos os meus shows até hoje, é meu xodó esse Rap, Rua pura! Falar em Rua e Gil, tenho ele como minha referência pra escrever, aquele estilo real, aquele swing e carisma elevaram o nível das batalhas e fizeram escola no Rap carioca. Só tenho a agradecer ao universo por ele ter passado pela minha história de vida, nunca esquecerei do meu mano Gil Metralha, meu ídolo!
Sobre o som e como foi o processo de produção declarou:
– Depois que tive a confirmação do falecimento do Gil, comecei a escrever a Música, foi um processo meio triste pela saudade que dava e engraçado pelas lembranças que me vinha, ele realmente era um cara que me diverti muito junto, foi difícil escolher entre tantas histórias. Assim que concluí o verso chamei o MC que mais conviveu com o Gil, o meu grande amigo, o talentosíssimo Sheep pra vir junto na letra. Pensei em um refrão bem bonito, que exaltava a importacia do Gil, então escrevi e convidei o Matheus Gomes pra cantar e assim fechamos o som. Em seguida chamei meu mano 2F pra fechar com agente e foi incrível, por que além de fechar na produção toda ele apresentou um Beat que deixou o som ainda mais especial. Meu mano Douglas MSKT da Produtora KOTFY, que já estava a espera do som ser concluído deu uma atmosfera perfeita ao clipe, do jeito que eu imaginava, pedi e ele montou as imagens do Gil junto com as nossas e eu gostei demais do resultado pois eu penso nessa Música como se ela fosse do Gil, a Música é pra ele e ele é a estrela. Também tive a colaboração do produtor Ênio Souza que fez uma grande diferença no resultado total. Em resumo, Gil Eterno é uma Música feita por amigos com muito carinho pra homenagear um grande amigo e ídolo que se foi e tentar agregar as lembranças que pra sempre teremos dele – declarou Old Dirty Bacon.