PALAVRAS SELADAS – MOMENTO OPORTUNO

MOMENTO OPORTUNO.

Ter um sonho mesmo os que não apreciem o fazer arte, e os que não se identificam com a arte, tem um sonho, ser alguém? Talvez por que todos nós somos alguém, uns mais outros menos, uns com condições financeiras melhor que outro, estudo, moradia, um carro na garagem, almoço e jantar sempre, e ainda por nascer em tal lugar, que viaja pra Europa, que é homem, que mora em mansão, mas cadê o coração. Igualdade quem quer ser igual é melhor ser melhor.

Ser igual aos que dizem ter o poder, que só querem ter, não querem perder, ou ceder e, pra ganhar passa por cima de tudo e, de todos, comanda um Estado como se fosse dele, quer a segurança pra ele, seus entes queridos todos estabilizados.

Terra de alguém ou terra sem lei, sem oportunidades, quem quiser que vá a busca da sua.

O poder público diz que te dá oportunidades com esses tais de editais, mas usa de uma burocracia impecável, um descontrole total, pois onde a regras a exceções, emperram muitos projetos, as leis, as regras, as ordens só são determinadas quando é favorável ao Estado, e na verdade cada um só pensa em seu umbigo, o Estado já errou mesmo, agora vamos empurrar com a barriga, o que der pra fazer se faz, mas nunca da pra fazer coisa alguma, escola de qualidade, presídio que reabilita hospital com vagas, remédios e macas, proteção para nossas crianças, adolescentes, jovens e as mulheres, salários justos, e a distribuição de renda?

Nossa! Eles estão mesmo preocupados, com seus carros importados, com seus salários, suas contas em banco, seus cuidados, suas seguranças e de seus familiares, suas ações e as próximas corrupções, sempre usam de uma supremacia do poder em relação aos pobres.

Só não falam a verdade, tem muita gente, tem os grupos de extermínios, pra dar um jeito nesse povo, policia na rua para acabar com sua agonia, não passam de mentirosos e formadores de promessas, se a gente não abrir os olhos, vão fecha-los para sempre, temos que correr em busca das nossas oportunidades, esperar do poder o que! Podemos fazer do lugar que vivemos uma terra de alguém sim. Socialismo sim o povo tem o poder de criar uma sociedade sem Estado.

Tem gente que acha que; gente é de mais.
Tem gente que acha que; gente é de menos.
Tem gente que acha que; gente é mais ou menos.
Gente que é mais.
Gente que é menos.
Gente que é mais ou menos.
Gente é sempre gente, mais ou menos são gentes.

Segue a poesia, assim selando aqui mais uma de minhas palavras, e mês que vem, vem mais, valeu!

TERRA DE ALGUEM. (nós).

Vivendo aprendi.
Logo eu entendi
Que a vida é assim.
As oportunidades
Então pra mim.
Procurava em cada
Canto do mundo
Para mim não
Havia assunto
Era mesmo oriundo
De uma terra de ninguém.
Favela, habitação humilde.
A vida é assim
Não é malvada.
É uma verdadeira caçada.
Respeitar a todos
Sim senhor
Chamo-te de doutor.
Por quê?
Alcancei a maioridade
Só me restam as oportunidades
Para conquistar
Aqui na terra de ninguém
O que o povo tem direito
Sim senhor
Chamo-te de doutor
E sabe por quê?
Sou homem igual a você.
E é aqui que vou vencer
Pois aqui eu nasci.
Aqui eu vivi.
Aqui eu vi, vidas chegar.
Vidas partirem.
Colegas e amigos.
Num pequeno abrigo.
Sem ninguém pra me avisar
Agora vou gritar
Pro mundo inteiro ouvir.
E quero ver agora
Quem é que vai aguentar.
Quando minhas.
Oportunidades conquistar.

Assim estou selando aqui as minhas palavras, mês que vem, vem mais valeu!

A coluna “Palavras Seladas” é assinada mensalmente pelo poeta e escritor paulistano Germano Gonçalves com exclusividade para o Polifonia Periférica. Germano Gonçalves é autor do livro “O Ex-Excluído – Poemas“.  Seja bem vindo poeta.

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