É nós, é a gente, só não pode ser eles!
Com a icônica fala de MC Mazinho, Santuspê começa de forma arrebatadora sua nova obra, “Costa Barros Grime”, disponibilizada no ultimo domingo (3/05).
O MC, mais uma vez, levanta questionamentos sobre racismo e desigualdade social, com aquela pitada perfeita, precisa de sarcasmo e deboche que estamos acostumados.
“Costa Barros é mais um dos sub-bairros do bairro da Pavuna. Fica bem ali, entre a zona norte e a baixada fluminense. Por ventura do destino, vim parar aqui, aos 10 anos de idade, em uma ocupação urbana, batizada de ‘Sítio do Nera’. Cresci nos barracos de madeira, barro vermelho e esgoto a céu aberto. Mas também garanto que não foi essa condição que me traumatizou.” Diz Santuspê.
“A violência policial sempre foi à marca registrada do bairro. Sub-bairro. Sub seres humanos? Eles devem nos enxergar assim. Lembra-se do carro fuzilado com 111 tiros? Foi aqui.”, complementa Santuspê.
“Sigo tentando com o meu trabalho, levar Costa Barros de volta às páginas dos jornais, mas com outra perspectiva. Existe amor aqui.”, conclui Santuspê.
Costa Barros GRIME é uma canção verdadeira, é uma canção de vida. A vida de Costa Barro que sangra, mas resiste e reexiste e renasce todo dia. A violência, os tiros, o abandono do Estado a fazem sangrar, mas não desistir da vida. Costa Barro é amor e por isso vive. Apesar de tudo. Santuspê é perfeito na sua reflexão porque é uma das vidas que fazem Costa Barros existir e amar. Costa Barros pulsa em sus veias. Vida longa a Costa Barros e a todos que lutam pela vida. A luta é a vitoria do amor sobre a morte.
No tocante a Beat, flow e métrica estão simplesmente impecáveis como sempre. Santuspê não falha!