POLÍTICA DAS POLÍCIAS

Flavio Antiéticos

Por Flavio Antiéticos

Adolescentes até vai, mas quando ouço um adulto branco dizer “na época da ditadura” rs.. é de nervoso mas eu gargalho por dentro pensando “na moral, o egoísmo e a ignorância chegam a tal ponto que eles acreditam mesmo que há uma democracia agora…”
Cresci e me criei sem pai numa favela chamada Nova Brasília – Complexo do Alemão e na minha vida inteira presenciei, testemunhei, assisti, vivi várias intervenções militares. Algumas vezes o bope entrou na minha casa, outras vezes o exército… Esculacho da polícia era rotina, já fui, já vi sendo e tudo no sapato que era pra não levar preocupação pra minha mãe q trabalhava o dia inteiro.

Essa polícia que nos mata todo dia, toda hora, sabe?! É essa mesma que a galerinha do PSOL, PSTU, PC do B… liga pedindo auxílio quando tem algum pretinho “estranhamente ameaçador”. Rs.. levantam a bandeira de q a população negra sofre um genocídio, mas, se nós falamos por nós mesmos somos duramente desqualificados pq a concepção de tudo e a intenção é a mera reprodução intacta do discursozinho barato desses aí. Rs… sabem que a polícia nos mata desde sua criação e ainda assim, dizendo que se “identificam” com a causa (só querem mesmo roubar a bandeira pra implantar seus discursos, sabemos), chamam a polícia pra nós.
Cresci num dos ambientes mais violentos do mundo. Me pergunta quantas vezes eu ou qualquer pessoa q eu conheço recorreu a polícia pra resolver qualquer problema?
A gente sabe quem aperta o gatilho pra nos matar e estamos começando a perceber quem manda eles darem tiro na gente.

Se em algum momento da história o estado, por algumas duas ou três décadas, torturou e matou alguns brancos. Saibam que contra nós há uma barbaridade investida sistemática e sistemicamente perdurando por séculos e séculos, onde ver corpo negro morto já faz parte da cultura nacional. O estado brasileiro instituiu a morte da população negra como uma norma.

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