Seringe estreia com “Covered in Noise” e reinventa o grunge no rock autoral brasileiro

“Covered in Noise” é um mergulho autoral no rock alternativo sob o olhar de uma geração pós-grunge.Do blues ao grunge, a estreia do quarteto explora texturas intensas e letras introspectivas.

A cena alternativa brasileira ganhou um novo capítulo com o lançamento do primeiro álbum da banda Seringe, Covered in Noise — um disco de 13 faixas autorais que chega às plataformas de streaming em 1º de novembro de 2025, financiado pelo editais da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura) e produzido por Johnny de Paula.

Formada em 2023 na cidade de Araras (SP), a Seringe é composta por Wesley Góes (voz e guitarra), Arthur Chaves (baixo), Matheus Pasqualoto (bateria) e Fabrício Carettin (guitarra) — músicos que vêm chamando atenção na cena rock por mesclar referências explícitas ao grunge setentista e noventista com toques de groove, blues e rock alternativo contemporâneo.

O álbum, que já está disponível no Spotify, Deezer, Amazon Music e Apple Music, traz singles já lançados como “Cursed” — cujas letras abordam o peso da fama e seus efeitos psicológicos — e “Cut It Out”, faixa que mistura influências de blues e groove com as texturas mais cruas do rock alternativo.

A estética sonora de Covered in Noise transpira um diálogo com o movimento grunge que dominou o rock nos anos 1990, tornando-se um marco cultural por sua atitude visceral e melancólica — um estilo que combinava punk e heavy metal com letras introspectivas e muitas vezes sombrias. Bandas como Nirvana, Radiohead e até o Red Hot Chili Peppers são citadas pela Seringe como influências, embora o grupo proponha um repertório que ultrapassa a mera imitação, incorporando texturas do blues e do groove sem perder a identidade própria.

Instrumentalmente, o disco navega entre a urgência típica do grunge e experimentações mais sutis: o baterista Matheus Pasqualoto explora timbres e ritmos não convencionais em faixas como Your Soul Weeps, enquanto o baixista Arthur Chaves busca linhas de baixo com variações sonoras que lembram nomes como Mac DeMarco e Les Claypool (Primus). Essa mistura de referências transmite tanto nostalgia quanto frescor ao som do quarteto.

Na produção, De Paula destaca que a escolha de repertório e a concepção geral do álbum foram impactadas pela temática sensível que percorre as letras — especialmente reflexões sobre saúde mental — mantendo um equilíbrio entre o “punch” característico do rock e a autenticidade crua das gravações.

Além de Covered in Noise, a Seringe já divulgou clipes e singles que ampliam seu repertório visual e sonoro, como o videoclipe de For Everyone to Listen no canal oficial da banda no YouTube, reforçando sua presença na cena independente.

Com menos de três anos de estrada, a Seringe representa uma nova geração de bandas que revisitam a herança do grunge e do rock alternativo com autenticidade — sem nostalgia vazia, mas com um olhar crítico e sensível sobre os tempos atuais.

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