O ano é 1921, a personagem: uma mulher educadora muito a frente de seu tempo, Armanda Álvaro Alberto, filha do médico-sanitarista Álvaro Alberto e membro da elite carioca intelectual da época que escolheu a periferia para viver. A história da ”Montessori brasileira”, como foi carinhosamente reconhecida, e fundadora da União Feminina do Brasil uniu a produtora Dunas Filmes e a professora Liliane Leroux, que coordena o Núcleo de Estudos Visuais em Periferias Urbanas (NuVISU) da UERJ, em alguns encontros que geraram o documentário. O lançamento acontece durante a 3ª edição do Festival Mate Com Angu de Cinema Popular, no dia 31 de maio, às 20h. O evento é aberto ao público, na Lira de Ouro, que fica na Rua José Veríssimo n° 72, no Centro de Caxias/RJ.
Ao todo a produção contou com um ano de pesquisa e outros quatro para finalização, que teve início em 2013. As filmagens aconteceram de 2014 a 2015 e em 2016 a equipe se dedicou à edição. Para o diretor, Rodrigo Dutra, é importante não perder o elo de ligação da história dela com a que se mistura com a própria história da cidade. A personagem foi responsável pela escola que ficou conhecida como ”Mate com Angu”, termo anteriormente atribuído pejorativamente aos próprios alunos retratando todo o preconceito e hostilidade com as camadas mais populares da sociedade já naquela época. ”Hoje a escola é considerada um dos símbolos mais importantes de resistência e memória cultural da cidade, prova viva disso é que o velho apelido da escola batiza um dos mais conhecidos grupos culturais da Baixada Fluminense, o Cineclube Mate com Angu, que reúne cineastas e produtores culturais da região passando a ressignificar o termo antes hostil para, agora, sinal de orgulho do próprio lugar”, conclui o cineasta, que dirigiu o filme com Liliane Leroux e Flávio Machado. Atualmente o colégio se chama Escola Municipal Doutor Álvaro Alberto, em homenagem ao pai da educadora.