Depois de 2 anos sem lançamentos, o primeiro coletivo LGBTQIAP+ de rap nacional volta em comeback memorável e reforça seu amadurecimento musical com muitos ensinamentos sobre diversidade.
Chega às plataformas digitais nesta quinta-feira (25), “ABC do QQ“, novo single do coletivo Quebrada Queer formado por Apuke, Boombeat, Guigo,Harlley, Murillo Zyess e Tchelo Gomez. Em um retorno potente, após 2 anos sem lançar músicas e 3 anos sem lançar videoclipe, a inédita chega com videoclipe patrocinado pela marca global Tommy Hilfiger, Eyxo e Mavo Content, produzido por Mavo Content, com direção de Gabriela Rabaldo.
A faixa traz um mix de estilos que tem ganhado espaço e destaque nos últimos anos como o Funk Carioca, Trap e Hiphop. Com um forte discurso sobre as vivências e experiências do coletivo nos últimos anos, Quebrada Queer apresenta um amadurecimento notável e um sarcasmo em resposta a tudo que lhes foi apresentado desde então!
No videoclipe, dirigido por Gabriela Rabaldo, o grupo traz a nostalgia aliada à crítica. “O ambiente escolar sempre foi um espaço pouco explorado, quando levamos em consideração tudo o que uma pessoa LGBTQIAP+ passa durante esse período de formação”, conta Quebrada Queer. É nesse lugar onde as primeiras opressões sociais se iniciam, onde as descobertas acontecem, e onde é travada uma batalha diária para sobreviver, muitas vezes passar despercebido para evitar ainda mais desconfortos e aprender ao mesmo tempo. O trabalho também trouxe referências de histórias de luta, tal como a Tia Ciata, símbolo da resistência negra pós-abolição e uma das principais incentivadoras do samba quando as rodas ainda eram proibidas, e Luana Barbosa, mulher, preta, lésbica, que em 13 de abril de 2016 foi assassinada após uma abordagem policial.
O grupo faz questão de reafirmar sua marca no rap nacional com frases como: “Original, nosso som, nossa marra, nosso dom…”, de Harlley, e “Baby o que fizemos ficou pra história”, de Boombeat, além de reafirmar a sua pluralidade real em “Tem L, gem G, NB e tem T no QQ”, de Tchelo, referindo-se a identidades de gênero, além da orientação.
Perguntados sobre como enxergam o cenário do Rap no Brasil 3 anos após a sua estreia, afirmam: “Nada mudou, e continuamos lutando para criar um ambiente seguro e menos tóxico para o que nos sucede, isso não é só por nós, mas para toda uma comunidade que tem o direito de existir nesse cenário, de ocupar esses espaços! É incrível como estamos a frente disso a muito mais tempo que artistas como Lil Nas X, como o Brasil tem potencial e artistas fazendo isso aos montes e tratamos isso com descaso e aplaudimos os produtos exportados, como se já não fizéssemos isso aqui desde 2016”.
Quebrada Queer retorna potente e ainda mais forte, perguntados sobre a importância de uma marca global como a Tommy Hilfiger dando o apoio e suporte ao grupo, eles respondem: “Ter o suporte de uma marca como a Tommy Hilfiger para essa retomada é fundamental, sabemos que marcas têm buscado a cada dia reposicionar seus interlocutores e representantes buscando ser mais inclusivas e responsáveis com suas ações. Poder ver uma marca como essa abraçando nosso trabalho, dando todo o suporte e liberdade criativa é realmente incrível! A Tommy está abraçando mais do que apenas um coletivo, nesse sentido, estão abraçando a quebrada, as periferias e os artistas, 6 artistas da quebrada! E isso é algo inédito! 6 artistas LGBTQIAP+ de periferias que fazem rap num país onde isso ainda é utópico”.
“ABC do QQ” já está disponível em todas plataformas digitais, via ONErpm.