Crônica Funkeira Brasileira de um Tempo Miserável *Samuel Lima

Por Samuel Lima

Ouvi dizer que Schopenhauer (*1788 – +1860), quando ouvia música, imaginava a vida como bons ou maus sonhos espirituais eternos, despertados a cada morte. 

O que você irá ler aqui tentará, na humilde, se aproximar desse entendimento. E papo reto, se você ficou para me ouvir, escute: o funk no Brasil é música, é mais uma cultura, de gente que sonha.

Na parceria com o Polifonia Periférica, apresento-me como Crônica Funkeira Brasileira de um Tempo Miserável (CFBTM). Também tenho outros nomes. O de batismo é Samuel da Silva Lima. Mas tudo o que você precisa saber para essa escuta fluir é que sou mais um funkeiro brasileiro.

Amalgamado por essas diferentes ruas, sou fruto do Brasil consagrado pela cidade favelada carioca, terra fecundadora de símbolos que abarcam o chão da nação, tal como é o funk. Com uma comoção de recebimento e emissão de sensações, emoções, jeitos, gestos provocativos das estratégias processadas no controle da liberdade da vida, o funk mobiliza todas as juventudes no Brasil desde 1990. 

Nova York, Paris, Londres, outras partes dos Estados Unidos, da Europa, do mundo, até mesmo carioca, pode estar tocando funk, barulho abominado no lançar de sua maior celebração: o baile de favela. E nas mesmas favelas que não tem mais bailes funk, não tem aula em dia de operação policial, que ocorre mais de uma vez na semana. Fala-se de “sucesso” na Segurança Pública depois de colocar por quase 1 (um) ano na cadeia um jovem DJ idolatrado por quem estuda nas mesmas escolas públicas fechadas.

A pesada palavra miséria de meu nome é invocada para germinar esse tipo de leitura que, apesar dos pesares, sempre será para fartura sonhadora, musical, em favor da liberdade/ vida. Acreditado nas experiências do funk no Brasil, artisticamente ou não, como a maior cultura das suas Juventudes. CFBTM relaciona-se com a cultura do povo, MCs, DJs, dançarinos/ as, professores/ as, bate-bolas… gente encantada, de trajetórias autênticas. Tá ligado/ a?!

Pelo menos uma vez por mês serei o narrador dessas histórias que, quem sabe um dia, espero, poderá ser chamada de “Crônica Funkeira Brasileira de um Tempo Sem-Miséria”.

No mais: rito e água pra geral.

** Doutorando em Educação  (UERJ/ ProPEd). Mestre em Educação, Cultura e Comunicação (UERJ/ PPGECC). Assistente Social (UNISUAM). Produtor Executivo da Lotação Records e escritor colaborador deste espaço, o Polifonia Periférica.

*** Links:

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Facebook – fb.com/samuelslima

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3 thoughts on “Crônica Funkeira Brasileira de um Tempo Miserável *Samuel Lima

  1. Que iniciativa Super!
    Precisamos está abordo dessas matérias para que se o interesse dos quereres se encontrem.
    Um super passo não só para o movimento,
    Mas para os futuros pensadores que não tem informação sobre o estilo.

    Viva as convivência de Cultura brasileira Carioca! Avante!

  2. Salve, CFBTM! Salve, camarada Samuel!
    Pancadão, mano!
    O funk sempre teve e continua tendo muito a nos dizer e, sobretudo, em tempos miseráveis, urge essa polifonia cultural periférica e a comunhão comunicativa das expressões culturais das quebradas para seguirmos ousando na transformação do rumo dos acontecimentos! Vamos juntxs!!✊???

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