Ano passado o rapper paulista Siloque lançou seu primeiro disco, intitulado “Queime o Coração de Gelo” com dinheiro levantado através de financiamento coletivo. O disco que contava com dez músicas de rap no melhor estilo “Anos 90”, teve sua tiragem física de 500 cópias esgotada, e já ultrapassa 3000 Downloads (Além das mais de 50.000 visualizações em diversas redes sociais).
Nesse inverno, o rapper volta com seu novo trabalho “Nova Inquisição”, um EP que contém 7 músicas e está, em todos os quesitos (Produção, beats, flows, letras, melodias, inovação), anos-luz à frente de seu primeiro trabalho (Que já é um álbum firme, mas como o próprio rapper diz “O primeiro foi pra desenferrujar, tipo um prefácio. Agora eu apertei o play de verdade”), e ao invés de apostar novamente nos raps noventistas e no estilo de composição clássica do estilo, o músico resolver experimentar novos horizontes musicais, apostando em flows multissilábicos e instrumentais que passeiam do Dark Trap (Fogo de Palha e Moeda de Troca, ambos os beats produzidos por Leo Machion) ao Boombap (Leão, com participação de Buda (Infratores) e Nobre San (K’ment) ), passeando por canções de gênero irrotulável, como acontece nas inovadoras “Meme” (Um murro no estômago melódico, encaixado de forma suave), na melódica e grudenta “Prata da Casa” (que conta com a belíssima voz de Laura Camarini) e na marcha de guerra pesadíssima “Portões Brancos”.
Os mais tradicionais e os que esperam por “mais do mesmo” podem passar longe de “Nova Inquisição”, pois Siloque voltou versátil, sem preocupações de ir no embalo do que acontece na cena, apresentando aos ouvintes um trabalho único e variado com letras intensas e instrumentais únicos.
No fim das contas você vai amar ou odiar “Nova Inquisição”, o que eu duvido, é que você fique indiferente a esse intenso manifesto, no qual Siloque espanca cada um dos beats sem massagem, sem encher linguiça, sem abusar de jargões da “moda rap 2017” e sem soar repetitivo e enfadonho. Trabalho autêntico indicado a todos os fãs de rap e todos os fãs de música em geral. Discão que vai te deixar um gostinho de “quero mais”. Recomendado!
Pesadíssimo! Vale a pena ouvir inteiro, de preferencia numa sonzeira pra tremer tudo nas pancada e pra dar pra ouvir bem as letras que são fudidas