DEPOIS QUE A CASA CAIU

Por Andrea Dip Fotos: Henrique Zizo Elisângela, que viu seu barraco desmoronar, conta o que aconteceu depois da demolição de sua casa “Eles não derrubam só a casa da pessoa. Derrubam a vida toda, os planos, os projetos.” A frase é de Elisângela Sena, de 38 anos, que viveu o drama de estar no caminho do “progresso” trazido pelos megaeventos no Rio de Janeiro. Moradora da comunidade Pavão-Pavãozinho, que fica na zona sul carioca entre bairros nobres como Copacabana e Ipanema, ela viu, em 2010, sua casa literalmente cair. Dois anos depois do fato que virou um documentário, ela ainda espera por uma casa nova, por indenizações, pela ligação de um assessor do secretário de Habitação Jorge Bittar e pelo noivo, que foi estudar direito

ELISÂNGELA CHEGOU A TEMPO DE VER SUA CASA CAIR: VEJA O MINIDOC

Por Andrea Dip (Agência Pública) Foto: Henrique Zizo Vídeo conta a história da carioca que teve a casa onde morava com a filha derrubada sem aviso e comenta lógica de despejos para megaeventos Quando a prefeitura chegou para demolir a casa de Elisângela no morro Pavão-Pavãozinho no Rio de Janeiro, ela não estava lá. Sua filha de 17 anos atendeu a porta e escutou que o imóvel seria derrubado naquele momento. Em pânico, a menina avisou a mãe por telefone: ““Tem vários homens da Prefeitura aqui na porta; eles estão dizendo que vão derrubar a nossa casa”. Elisângela correu, tentou argumentar, pedir um tempo para arrumar outra casa mas foi inútil. Em poucas horas só restavam entulhos no lugar. Isso aconteceu no começo