Santuspê é sem sombra de dúvida um dos mais carismáticos e afetuosos rapper do cenário do rap carioca. Se como ser humano é um ser encantador, como artista é extraordinário. Dono de técnicas de flow e métrica acurada e letras potentes com linhas precisas e sagazes, Santuspê vem para conquistar o lugar que lhe é de direito na cena.
O disco que Santuspê apresenta hoje é fruto de um processo de amadurecimento pessoal e artístico, que se iniciou no grupo Peso Lunar através dois álbuns e singles, entre eles o marcante “Chacina”, que hoje deságua em um trabalho que revela um artista mais centrado, mais senhor de si e sabendo aonde quer chegar. “Um” são os primeiros passos de um novo caminho, de um novo horizonte e de um novo artista. O garoto prodígio de Costa Barros começa a escrever uma nova historia.
Santuspê é um jovem negro que canta as mazelas e potencias da periferia, mas que acima de tudo acredita na sua potencia e de seu povo para reverter às condições adversas. A arte é o caminho que Santuspê seguiu para a transformação de corpos, mentes e coração.
Santuspê disserta sobre o álbum
A ideia de recomeço e continuidade do título vem acompanhada de uma nova personalidade, com uma visão mais crítica e real sobre o que nos cerca. O hiato se explica logo nos primeiros minutos de disco, foi necessário um acúmulo de vivências, para rechear os beats. Assumo que nem todas, boas. O disco é de um jovem pobre e negro, para outros jovens pobres e negros (e brancos periféricos).
A faixa de introdução, “Extrato”, aborda como uma pessoa ansiosa lida com os demônios do dia a dia (racismo, capitalismo, afro genocídio, drogas). Fala da sensação de vazio, mesmo rodeado.
A faixa final, Anjos Indomáveis, fala da esperança de uma vida melhor para os nossos, de luta e conquista. Papo de vitória!
Porém o que liga Extrato a Anjos indomáveis, vocês só descobriram ao embarcar no meu mundo.
O EP “UM” conta com 6 tracks,sendo 4 produções de Gori Beatzz e duas de Douglas Maskot,foi finalizado no studio Kotfy, e conta com capa de Sagace Arts.