De onde você fala e pra onde vc vai? Qual é o seu CEP cognitivo ou endereço psicológico?”

Flavio Antiéticos

Por Flavio Antiéticos

Todos nós somos colonizados, não exercemos plenamente nossas capacidades humanas no que se refere ser um ser humano africano. Embora também ninguém é comédia ou ingênuo de não saber que essas patologias, esses agravantes, nos atingem em diferentes níveis. Sendo assim, é mais uma vez lamentável, deplorável, ver negras e negros se fazendo valer de teorias europeias para tentar resolver o problema dos africanos.

Nossos ancestrais percorreram por uma rua bem parecida com a que hoje a gente percorre e deixaram suas impressões, anotaram suas análises e suas memórias, identificaram problemas que até então facilitariam a percepção dos próximos que viessem a atravessar essa rua. mas entre nós a doença é tão gritante, a patologia é tão profunda que a gente simplesmente abre mão desse saber, do saber desses iguais a nós, nossos pares que vieram antes, atravessaram esse caminho semelhante ao nosso e deixaram suas experiências pra simplesmente recorrer as memórias, analises, opiniões de quem caminhou por uma outra rua, num outro lugar, fora do nosso contexto. Como tudo é rua e tudo é analise pra que tomemos cuidado, essas experiências acabam por nos confundir e as tomamos como nossa descartando o fato de que nesse segundo caso a experiência e a memória de quem caminhou antes de nós de nada tem a ver com a nossa caminhada a não ser pelo fato de estarmos todos andando e buscando soluções pras coisas, não há conexão, não há relação… nossos ancestrais traçaram um caminho, fizeram um mapa pra ser corrigido e alterado por nós a partir da nossas experiências baseadas nas experiências deles, assim como os próximos que virão se guiarão pelo legado que deixarmos. Enquanto fizermos questão de não nos reconhecermos como mentores de nós mesmos usando justificativas pífias ou em nome da ciência, permaneceremos desorientados a respeito dos rumos que devemos tomar nessa terra estranha que nós decidimos adotar forçosamente e por falta de opção como pátria. Respeite os que vieram antes, quem são seus mentores intelectuais?

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